quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Política (com "P" maiúsculo)
Um tema chato. Falar de política para nós, brasileiros, é extremamente chato. Desde pequenos somos bombardeados pelos mais velhos com frases como "ah, religião, futebol e política não se discute" e coisas do gênero. Um grande engano. As pessoas se esquecem (se é que elas realmente sabem) que quando eu compro pão, de alguma forma estou sendo afetado pela política.
Discordo do tipo de democracia que possuímos no Brasil. Já começamos errado ao tornar o voto obrigatório, além de permitir a possibilidade dos analfabetos de votarem. Não tenho nada contra os analfabetos, muito pelo contrário, como professor tenho a vontade de que um dia não existam mais pessoas que não saibam ler nem escrever. É muito mais fácil manipular uma pessoa sem formação escolar. Geralmente são pessoas muito simples e confiam nas palavras dos "moços estudados de paletó".
Vejo na garotada um grande distanciamento ao tema política. Não deixo de entendê-los, pois por esses lados esse tema nos remete à palavra CORRUPÇÃO. Minha geração, que dizem derrubou um presidente corrupto (o Collor, lembram? Ele voltou e agora é senador em Brasília). Nunca acreditei nessa lorota. Tudo depende da vontade de um grupo de políticos que estão aí há gerações, vide as famílias Sarney, Magalhães, Amin, entre outros e a vontade de um grupo empresarial midiátrico poderoso (Globo, Folha de SP, Veja e cia.).
Recomendo assistir ao documentário "Muito além do Cidadão Kane". Um clássico da batalha contra o poder dominador de certos grupos sobre o Brasil.
Por fim, se inicia aqui mesmo pela internet uma campanha intitulada "nas eleições de 2010 não reeleja ninguém". Talvez seja um bom começo para darmos a volta por cima e renovarmos o quadro de representantes que possuímos. Enquanto isso, as lutas de décadas pelo direito ao voto livre e à democracia vão se perdendo em meio a escândalos e mais crises que cada vez mais nos fazem pensar: "que país é esse?"...
Para assistir à primeira parte do documentário "Muito além do cidadão Kane": http://www.youtube.com/watch?v=JA9bPyd1RKQ
domingo, 5 de abril de 2009
A mídia e a verdade
Nos últimos tempos tenho pensado muito sobre a carreira de jornalista. Acredito que, caso eu não tivesse optado por ser professor, eu teria escolhido estudar jornalismo. Com certeza é um ramo de trabalho que mexe com nossas emoções, percepções e até credulidade.
Mas é incrível como ainda, em pleno século XXI, alguns setores da mídia mundial, e principalmente brasileira, acreditam que estamos na Idade Média! Vivem criando factóides, notícias falsas, surtos e epidemias, etc. Tudo é escrito e publicado, quando o assunto rende algum "ibope".
O tema da moda é o tal lançamento de um foguete pela Coreia do Norte que, segundo os militares dos EUA, estaria sendo preparado com artefatos nucleares.
Desde que soube da "notícia", duvidei. Oras, será que o governo norte-coreano é tão irresponsável? Será que eles não sabem que ali do ladinho deles estão a Coreia do Sul e o Japão e que ambos os países são apoiados pela OTAN?
Hoje pela manhã, ao ler o site "Vi o mundo", do Jornalista (com "J" maiúsculo mesmo) Luiz Carlos Azenha, vi uma postagem referente ao tema. Recomendo a leitura.
Só quando a mídia, principalmente a tupiniquim, tratar-nos como seres racionais, é que o jornalismo será respeitado. Ultimamente tem sido a internet a minha principal fonte de informação. A tv está lá, para transmitir programas mais importantes, como o "Big Brother"...
P.s.: dicas de sites e documentários:
www.viomundo.com.br - site do jornalista Luiz Carlos Azenha - vale a pena www.fervillar.blogspot.com/ - blog do colega Profº Silvio
Documentários:
http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038 - Muito além do Cidadão Kane - documentário histórico que mostra como a TV Globo se tornou poderosa no país (até hoje esta doc é proibido no Brasil! Olha o poder dos Marinho!)
http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024&ei=vfHYSYfYFIOeqgLamMmEDg&q=zeitgeist&emb=1 - Documentário que mostra uma série de teorias da conspiração, ataques terroristas, domínio do capital, entre outros temas.
sábado, 10 de janeiro de 2009
No New York Times: O que você não sabe sobre Gaza
By RASHID KHALIDI
Published: January 7, 2009
Quase tudo o que você foi levado a acreditar sobre Gaza está errado. Abaixo estão alguns pontos essenciais que estão de fora dos debates, muitos dos quais acontecem na imprensa, sobre o ataque de Israel na faixa de Gaza:
Os moradores de Gaza -- A maioria das pessoas que vivem em Gaza não estão lá por escolha. A maioria dos 1,5 milhão de habitantes apertados em 210 quilômetros quadrados pertencem a famílias que vieram de cidades e vilas do lado de fora de Gaza, como Ashkelon e Beersheba. Eles foram empurrados a Gaza pelo exército de Israel em 1948.
A ocupação -- Os moradores de Gaza vivem sob ocupação israelense desde a Guerra dos Seis Dias em 1967. Israel é ainda considerado um poder de ocupação, ainda que tenha retirado as tropas e as colônias da faixa em 2005. Israel ainda controla os acessos à área, as importações e exportações e o movimento das pessoas que entram e saem. Israel controla o espaço aéreo e a costa de Gaza e suas forças entram na área quando querem. Como poder de ocupação, Israel tem responsabilidade sob a Quarta Convenção de Genebra pelo bem estar da população civil da faixa de Gaza.
O bloqueio -- O bloqueio de Israel em Gaza, com o apoio dos Estados Unidos e da União Européia, se tornou crescentemente restritivo desde que o Hamas venceu as eleições para o Conselho Legislativo Palestino em janeiro de 2006. Combustível, eletricidade, importações e exportações e o movimento de pessoas entrando e saindo da faixa foram vagarosamente suprimidos, levando a problemas sanitários, de saúde, de fornecimento de água e transporte que ameaçam vidas. O bloqueio levou muitas pessoas ao desemprego, à penúria e à desnutrição. Isso significa punição coletiva -- com o apoio tácito dos Estados Unidos -- de uma população civil por exercitar os seus direitos democráticos.
O cessar-fogo -- Levantar o bloqueio, além do cessar de foguetes [disparados contra Israel] foi um dos pontos-chave do cessar-fogo de junho entre Israel e o Hamas. Isso levou a uma redução dos foguertes disparados de Gaza de centenas em maio e junho para um total de menos de 20 nos quatro meses subsequentes (de acordo com números do governo de Israel). O cessar-fogo foi rompido quando as forças de Israel lançaram ataques aéreos e terrestres no início de novembro; seis integrantes do Hamas foram mortos.
Crimes de guerra -- Atacar civis, seja pelo Hamas ou por Israel, é potencialmente um crime de guerra. Toda vida humana é preciosa. Mas os números falam por si: quase 700 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos desde que o conflito foi iniciado no fim do ano passado. Em contraste, houve cerca de uma dúzia de israelenses mortos, vários deles soldados. A negociação é uma forma muito mais eficaz de lidar com foguetes e outras formas de violência. Ela poderia ter dado certo se Israel tivesse cumprido os termos do cessar-fogo de junho e levantado o bloqueio que faz a Gaza.
Essa guerra contra o povo de Gaza não tem relação com foguetes. Nem é sobre a "restauração da capacidade militar" de Israel, como a imprensa israelense quer que você acredite. Mais reveladoras são as palavras de Moshe Yaalon, então chefe de estado das Forças de Defesa de Israel (IDF) em 2002: "Os palestinos precisam entender nos mais profundos recessos de sua consciência que são um povo derrotado".
Rashid Khalidi, a professor of Arab studies at Columbia, is the author of the forthcoming “Sowing Crisis: The Cold War and American Dominance in the Middle East."
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
É SÓ UMA QUESTÃO DE PELE
Reproduzo a seguir um resumo de uma reportagem da revista Planeta, do mês de novembro. Nela, biólogos explicam quais os motivos que levaram a diferentes tonalidades de coloração da pele humana. Ou seja, é a ciência explicando o que muita gente em pleno século XXI ainda não conseguiu entender: apesar das diferenças exteriores, somos todos iguais. Abaixo, resumi as partes principais da reportagem:
É só uma questão de pele
(...) A cor da pele nas diversas etnias não se deve somente a um mecanismo de resistência dos raios ultravioletas do Sol, mas a duas vitaminas presentes na pele de todo mundo – a D e o ácido fólico, do grupo B. As duas reagem de formas opostas aos raios solares: enquanto a vitamina D se multiplica, o ácido fólico degrada-se rapidamente quando a pele é exposta ao Sol. Ambas, porém, são extremamente necessárias à vida humana e isso obrigou a natureza a agir a favor das duas. Por um lado, facilitando a produção de vitamina D e, por outro, dificultando a perda de ácido fólico sob a luz solar. (...)
Quanto mais melanina, mais escura é a pele – mas por que mais melanina? Porque, sob o Sol das regiões equatoriais, a cor escura protege o ácido fólico sem impedir a produção de vitamina D pelos raios UV do Sol. Inversamente, quanto menos melanina, mais clara é a pele, e a razão disso é que, nas regiões onde a insolação é menor, o ácido fólico não precisa da mesma proteção, mas a pele tem de produzir a mesma quantidade de vitamina D. Por isso, os habitantes do norte do planeta são majoritariamente brancos. (...)
Adaptado de Revista Planeta, nº 434, Nov/2008, pág. 58-60.
Conclusão: a cor da pele é um simples detalhe, que não faz diferença nenhuma!